Friday, April 30, 2004
So' em NY!
Nos ultimos dias dias presenciei duas situacoes que so' mesmo em NY poderiam passar tao indiferentes, uma vez que ninguem tem tempo para nada, excepto andar a correr e ocupada. "Os problems dos outros nao sao os meus" e' o mote!
Extraordinariamente, sai do Instituto pelas traseiras, pois o colega com quem ia tinha la' deixado a bicicleta. Para nosso espanto, vimos o acesso 'a area vedado e fomos informados de que continuaria assim ate' novas informacoes do corpo de bombeiros e policia.
"Mas a minha bicicleta esta' ai'!!!", "Bem, temos um suicida no predio em frente e neste momento as operacoes de persuasao estao a decorrer!". Nem um pestanejar de olhos do meu amigo alemao. "Mas a minha bicileta esta' ai'!!". Provavelmente, 'a forca de ja' ca' morar ha mais de uma ano, ja' entrou no "esquema". Eu tambem nao reagi muito mas achei a situacao completamente nova. Se fosse em Portugal era razao para alarido e confusao para o resto do dia. La' falamos com os guardas e recuperamos a bicicleta. Se o suicida saltou ou nao... quem sabe! Ninguem tem tempo para ficar a assistir aos problemas dos outros.
A segunda situacao ocorreu ontem, quando eu e a Ines, amiga Uruguaia, regressavamos estafadas de uma sessao de squash. Dentro do autocarro da NYU aguardavamos que alguns minutos passassem ate' que a marcha se iniciasse dentro do horario previsto. Entretanto, enquanto conversavamos, vejo pela janela que um autocarro sai por tras do nosso mas que, claramente, nao faz o angulo necessario para se conseguir colocar paralelamente. Assim, em camara lenta antecipei o raspar da traseira deste ultimo no nosso. Foi dito e foi feito. "Bong!!!"
O autocarro abanou e ouviu-se uma batida seca. Outra vez, em Portugal teria comecado toda a gente aos berros e a levantar-se dos lugares para ver o que se passou. Aqui... qual que?! Cada um ficou como cada qual. Ninguem se mexeu, olhando so' para o sucedido e esperando que os responsaveis tratassem da situacao. Eu e a Ines, de tao extenuadas que estavamos, tambem nao nos importamos muito. O caricato da situacao foi que, para a resolver, o autocarro que nos bateu tentou fazer marcha atras e o nosso motorista, qual Nova Iorquino, tambem nao levantou o cu do assento (que e' mesmo esta a expressao). Ai', eu e a Ines desatamos numa risota total, de tao ridicula que era a cena: o nosso autocarro abanava cada vez que o outro se tentava movimentar, infrutiferamente, e o nosso motorista, em vez de andar um pouco para a frente, que era o que bastava, tambem nao fazia nada.
Vao-me perdoar o que vou dizer a seguir. Nao e' racismo meu mas pura e simplesmente reaccao em funcao dos esteoripos que me habituei a ouvir: as louras sao burras e os pretos sao estupidos. Claro esta', o nosso motorista era preto. Olhei de relance... "Tinha que ser preto!!" Expliquei 'a Ines o que tal queria dizer ao que ela me respondeu que no Uruguai o equivalente eram os Espanhois. Assim, num exercicio de logica pura (ironia) concluimos que o nosso motorista era um preto Espanhol! Risota de novo... e entretanto la' se resolveu o choque! So' em NY!
Extraordinariamente, sai do Instituto pelas traseiras, pois o colega com quem ia tinha la' deixado a bicicleta. Para nosso espanto, vimos o acesso 'a area vedado e fomos informados de que continuaria assim ate' novas informacoes do corpo de bombeiros e policia.
"Mas a minha bicicleta esta' ai'!!!", "Bem, temos um suicida no predio em frente e neste momento as operacoes de persuasao estao a decorrer!". Nem um pestanejar de olhos do meu amigo alemao. "Mas a minha bicileta esta' ai'!!". Provavelmente, 'a forca de ja' ca' morar ha mais de uma ano, ja' entrou no "esquema". Eu tambem nao reagi muito mas achei a situacao completamente nova. Se fosse em Portugal era razao para alarido e confusao para o resto do dia. La' falamos com os guardas e recuperamos a bicicleta. Se o suicida saltou ou nao... quem sabe! Ninguem tem tempo para ficar a assistir aos problemas dos outros.
A segunda situacao ocorreu ontem, quando eu e a Ines, amiga Uruguaia, regressavamos estafadas de uma sessao de squash. Dentro do autocarro da NYU aguardavamos que alguns minutos passassem ate' que a marcha se iniciasse dentro do horario previsto. Entretanto, enquanto conversavamos, vejo pela janela que um autocarro sai por tras do nosso mas que, claramente, nao faz o angulo necessario para se conseguir colocar paralelamente. Assim, em camara lenta antecipei o raspar da traseira deste ultimo no nosso. Foi dito e foi feito. "Bong!!!"
O autocarro abanou e ouviu-se uma batida seca. Outra vez, em Portugal teria comecado toda a gente aos berros e a levantar-se dos lugares para ver o que se passou. Aqui... qual que?! Cada um ficou como cada qual. Ninguem se mexeu, olhando so' para o sucedido e esperando que os responsaveis tratassem da situacao. Eu e a Ines, de tao extenuadas que estavamos, tambem nao nos importamos muito. O caricato da situacao foi que, para a resolver, o autocarro que nos bateu tentou fazer marcha atras e o nosso motorista, qual Nova Iorquino, tambem nao levantou o cu do assento (que e' mesmo esta a expressao). Ai', eu e a Ines desatamos numa risota total, de tao ridicula que era a cena: o nosso autocarro abanava cada vez que o outro se tentava movimentar, infrutiferamente, e o nosso motorista, em vez de andar um pouco para a frente, que era o que bastava, tambem nao fazia nada.
Vao-me perdoar o que vou dizer a seguir. Nao e' racismo meu mas pura e simplesmente reaccao em funcao dos esteoripos que me habituei a ouvir: as louras sao burras e os pretos sao estupidos. Claro esta', o nosso motorista era preto. Olhei de relance... "Tinha que ser preto!!" Expliquei 'a Ines o que tal queria dizer ao que ela me respondeu que no Uruguai o equivalente eram os Espanhois. Assim, num exercicio de logica pura (ironia) concluimos que o nosso motorista era um preto Espanhol! Risota de novo... e entretanto la' se resolveu o choque! So' em NY!
Thursday, April 29, 2004
O Meu Pipi
Desengane-se quem julga que vou falar sobre o tao afamado (quanto a mim sobre-valorizado) Blog... ou sobre outras coisas, hehehe. Vou mesmo falar de chamadas telefonicas.
Todos os dias quando chego a casa tenho pelo menos uma mensagem no atendedor de chamadas. Se no inicio a luzinha a piscar me dava alguma esperanca quanto ao poder ouvir a voz de alguem conhecido, desde logo me comecei a habituar e a nao ficar tao entusiasmada com esta luzinha a piscar, pois o que se segue e' sempre o mesmo: uma quantidade interminavel de pi-pi-pis.
Nao sei de onde vem, se sao feitos propositadamente ou se e' uma falha do sistema que, em vez de parar de gravar, fica a registar uma chamada terminada. E', contudo, um ritual que se repete religiosamente ja' ha' mais de uma semana, exceptuando um dia em que tal nao aconteceu. O engracado e' que fiquei com a sensacao que algo faltava... pois nao tinha la' o Meu PiPi!
(Curiosidade: Enquanto terminava este Post tive que interromper a escrita porque, desta vez, um outro Pi-Pi interferia na minha vida. O Pi-Pi do timer avisava-me que a reaccao estava a acabar. Enquanto fazia as respectivs mudancas de solucoes constatei que os Pi-Pis desempenham de facto um papel muito importante nas nossas vidas e que nem nos apercebemos disso. E' o Pi-Pi do radio despertador, do forno, do elevador, da cancela do parque... estao em todo o lado para nos ajudar.
Acho que e' merecida uma salva aos Pi-Pis. Viva o Pi-Pi!)
PS - Desculpem-me a insanidade mental mas... ha' dias assim!
Todos os dias quando chego a casa tenho pelo menos uma mensagem no atendedor de chamadas. Se no inicio a luzinha a piscar me dava alguma esperanca quanto ao poder ouvir a voz de alguem conhecido, desde logo me comecei a habituar e a nao ficar tao entusiasmada com esta luzinha a piscar, pois o que se segue e' sempre o mesmo: uma quantidade interminavel de pi-pi-pis.
Nao sei de onde vem, se sao feitos propositadamente ou se e' uma falha do sistema que, em vez de parar de gravar, fica a registar uma chamada terminada. E', contudo, um ritual que se repete religiosamente ja' ha' mais de uma semana, exceptuando um dia em que tal nao aconteceu. O engracado e' que fiquei com a sensacao que algo faltava... pois nao tinha la' o Meu PiPi!
(Curiosidade: Enquanto terminava este Post tive que interromper a escrita porque, desta vez, um outro Pi-Pi interferia na minha vida. O Pi-Pi do timer avisava-me que a reaccao estava a acabar. Enquanto fazia as respectivs mudancas de solucoes constatei que os Pi-Pis desempenham de facto um papel muito importante nas nossas vidas e que nem nos apercebemos disso. E' o Pi-Pi do radio despertador, do forno, do elevador, da cancela do parque... estao em todo o lado para nos ajudar.
Acho que e' merecida uma salva aos Pi-Pis. Viva o Pi-Pi!)
PS - Desculpem-me a insanidade mental mas... ha' dias assim!
Tuesday, April 27, 2004
Palavras para que!....
Ha muita gente a trabalhar no departamento de Biologia do Desenvolvimento, muitas das quais ainda nao conheco, razao porque so' esboco um sorriso de cumprimento quando me cruzo com elas no corredor. Salvo algumas excepcoes, costumo receber uma resposta. Havia contudo um rapaz de quem nunca recebia mais que um timido baixar de olhos. Se o facto de alguns nao reagirem ao meu cumprimento nao me "aquecia nem arrefecia" o mesmo ja' nao se podia dizer deste moco. Nao e' bonito ou atraente. E' daquelas pessoas genuinamente boas e que transparecem isso no olhar e na tao tipica timidez... o que lhe confere um outro tipo de beleza, esta bem mais rara nos dias que correm. Simpatizei com ele imediatamente mas, havia sempre um especie de barreira invisivel que nao me permitia chegar ate' ele. Pois essa barreira deixou de existir ha coisa de uma semana e a razao pela qual tal sucedeu foi porque este moco se tornou pai.
Enquanto eu almocava num grupo de pessoas alguem o chamou e ele aproximou-se comecando a falar com uma delas. Pela conversa percebi o que tinha sucedido, pelo que o congratulei e desejei as melhores felicidades. Aquela cara na qual raramente conseguia ver uma expressao que nao fosse a de imediatamente desviar e esconder o olhar, agora transbordava de luz e alegria ao falar do nascimento da primeira filha. Embora ainda timido, o brilho nos olhinhos azuis e o sorriso franco diziam tudo. Pela primeira vez consegui estabelecer um dialogo com ele. Inebriado pela felicidade, no seu ingles com um agradavel sotaque russo, explicou-me num misto de orgulho e carinho todos os pormenores, desde peso, comprimento e vezes que a bebe' chora 'a noite.
Nao consigo descrever mas a sensacao que tenho e' a de que aquele estado de graca em que fica alguem que por amor se torna pai transmite um conforto contagiante. Volta e meia la' o encontro e pergunto como vai a Sophia. E' sempre a mesma explosao de alegria! Sei que ele gosta de falar sobre ela e a mim tambem me sabe bem. Fico sempre feliz ao ver tanta felicidade!
E' curioso como, muito embora ja' saiba que todos somos humanos e que ha' coisas que sao inerentes a todos os credos, racas e cores, me surpreende sempre agradavelmente constatar essa realidade. A felicidade de alguem que e' russo e se torna pai e' exactamente a mesma que sempre presenciei no meu pai, Portugues, e em iguais exemplos de nacionalidades tao dispares como Alemao, Chileno ou Japones. E' daquelas verdades universais. Passou-se o mesmo comigo ha cerca de 2 semanas atras quando, no laboratorio, telefonei ao Joao. A lingua Portuguesa e' completamente estranha 'a Katherine, rapariga Chinesa que trabalhava na bancada oposta mas que, ao ver-me tao sorridente e feliz imediatamente me perguntou, quando desliguei, se falava com o meu namorado. "Nao percebi nada do que disseste mas... da' para ver. Estas tao feliz!"
Desenrolou-se uma conversa sobre relacoes e sentimentos e, mais uma vez, confirmou-se que ha' empatias que nao precisam de traducao. Acho que ela tambem percebeu isso, pois a determinada altura abracou-me e disse-me "Afinal, percebes o que eu quero dizer... mesmo eu sendo Chinesa e tu Portuguesa!"
Palavras para que....
Enquanto eu almocava num grupo de pessoas alguem o chamou e ele aproximou-se comecando a falar com uma delas. Pela conversa percebi o que tinha sucedido, pelo que o congratulei e desejei as melhores felicidades. Aquela cara na qual raramente conseguia ver uma expressao que nao fosse a de imediatamente desviar e esconder o olhar, agora transbordava de luz e alegria ao falar do nascimento da primeira filha. Embora ainda timido, o brilho nos olhinhos azuis e o sorriso franco diziam tudo. Pela primeira vez consegui estabelecer um dialogo com ele. Inebriado pela felicidade, no seu ingles com um agradavel sotaque russo, explicou-me num misto de orgulho e carinho todos os pormenores, desde peso, comprimento e vezes que a bebe' chora 'a noite.
Nao consigo descrever mas a sensacao que tenho e' a de que aquele estado de graca em que fica alguem que por amor se torna pai transmite um conforto contagiante. Volta e meia la' o encontro e pergunto como vai a Sophia. E' sempre a mesma explosao de alegria! Sei que ele gosta de falar sobre ela e a mim tambem me sabe bem. Fico sempre feliz ao ver tanta felicidade!
E' curioso como, muito embora ja' saiba que todos somos humanos e que ha' coisas que sao inerentes a todos os credos, racas e cores, me surpreende sempre agradavelmente constatar essa realidade. A felicidade de alguem que e' russo e se torna pai e' exactamente a mesma que sempre presenciei no meu pai, Portugues, e em iguais exemplos de nacionalidades tao dispares como Alemao, Chileno ou Japones. E' daquelas verdades universais. Passou-se o mesmo comigo ha cerca de 2 semanas atras quando, no laboratorio, telefonei ao Joao. A lingua Portuguesa e' completamente estranha 'a Katherine, rapariga Chinesa que trabalhava na bancada oposta mas que, ao ver-me tao sorridente e feliz imediatamente me perguntou, quando desliguei, se falava com o meu namorado. "Nao percebi nada do que disseste mas... da' para ver. Estas tao feliz!"
Desenrolou-se uma conversa sobre relacoes e sentimentos e, mais uma vez, confirmou-se que ha' empatias que nao precisam de traducao. Acho que ela tambem percebeu isso, pois a determinada altura abracou-me e disse-me "Afinal, percebes o que eu quero dizer... mesmo eu sendo Chinesa e tu Portuguesa!"
Palavras para que....
Saturday, April 24, 2004
Primavera em NY
Hoje o dia esta' radiante!
Embora ainda nao tenha chegado definitivamente, a Primavera esta' ja' bastante presente. A cidade esta' completamente modificada, adquirindo um visual completamente diferente com todas as flores a despontar e as volhas verdes e vicosas a crescer. E' um festival de cor em cada rua, sendo um exercicio bastante interessante olhar cada uma delas em toda a sua longitude, ate' se perder no horizonte, perdendo tambem de vista a quantidade enorme de arvores floridas e canteiros coloridos que ladeiam a lingua de alcatrao salpicada de taxis amarelos. Tambem as pessoas parecem ter adquirido nova vida, enchendo os passeios para passearem os filhos, os caes, a familia, para correrem, patinarem, pedalarem... ha exercicio fisico por tudo quanto e' lado. Acabei de vir do Central Park, onde estive a pedalar cerca de duas horas na minha nova bicicleta, adquirida no fim de semana passado. Tambem o parque me pareceu novo e renovado, sendo dificil encontrar semelhancas com o cenario que ainda tinha presente na minha mente, este o de Inverno, com arvores nuas e tons cinzentos. Escusado sera de dizer que a concentracao de desportistas era enorme, vendo-se movimento em qualquer uma das direccoes. Digamos que o Central Park e' a catedral do desporto: corpos por todo lado, movimento, musica, jogos, celulites palpitantes, musculos pulsantes, gotas de suor, sorrisos nos labios, caes que correm atras de uma bola ou de um disco ou que acompanham o dono enquanto este corre ou pedala, carinhos de bebes, uns empurrados a passo outros em verdadeira corrida, baseball, musicos, pic-nics, mantas no chao e namorados deitados a apanhar sol, corridas de carros telecomandados... ha de tudo! A figura mais caricata foi sem duvida uma senhora dentro dos seus 60 anos, muito magra e seca que pedalava numa bicicleta ja' antiga. As calcas justas e fluorescentemente coloridas deixavam adivinhar as pernas magras e pouco musculadas. A maquilhagem espampanante, a combinar com varios com colares e pulseiras dentro do mesmo estilo ja' chamavam por si so' a atencao mas o centro eram mesmo os sapatos. Ai ia ela toda lampeira a pedalar com uns sapatos lilazes de salto alto (mesmo muito alto!!). Pareciam os sapatos da Mary Poppins, para quem viu o filme.
Claramente, toda a gente 'e movida a energia solar e toda esta azafama que se ve reflecte o mesmo espectaculo que as arvores, plantas e flores transpiram na explosao fotossintetica que iniciaram desde que o Sol comecou a brilhar e as temperaturas a subir. Ate' os esquilos parecem ter uma "fatiota" nova. Se no Inverno andavam todos "deslambidos", com cores palidas e peladas heterogeneas, agora estao todos felpudinhos e fofinhos... so apetece aperta-los de tao engracados que sao. Engracados e descarados: o habito de conviver com as pessoas e' tanto que se aproximam sem quaisquer receios, chegando ate' a seguir-nos se os chamarmos.
Sinceramente, com esquilos nao me importo. No metro tambem ja' reparei que os tipicos ratos (que em Londres eram pequeninos mas que aqui sao verdadeiros coelhos) estao bastante 'a vontade. Se ja' era normal ve-los nos carris, tambem ja' me aconteceu estar na plataforma e ver um deles curiosamente a olhar para mim e a aproximar-se. O pior e' que nem so' estes animais sao sensiveis 'a festa Primaveril... Os meus maiores receios ja' se comecaram a verificar e, quem me conhece, sabe o quao horrivel para mim e' comecar a ver baratas em tudo quanto e' lado. Pois e'! Yacchh, estas "coisas" comecaram a sair das catacumbas onde normalmente andam para comecarem a povoar os passeios. Ainda nao vi muitas mas, ja me disseram para me preparar... nem quero pensar nisso! Acho que nao vou precisar de usar esfoliante durante o Verao pois as irritacoes que estes bichos me causam poem-me com coceira cosntante! Eis o NY style de Primavera: em vez de andorinhas temos baratas!
Yach... disgusting!!! :P
Embora ainda nao tenha chegado definitivamente, a Primavera esta' ja' bastante presente. A cidade esta' completamente modificada, adquirindo um visual completamente diferente com todas as flores a despontar e as volhas verdes e vicosas a crescer. E' um festival de cor em cada rua, sendo um exercicio bastante interessante olhar cada uma delas em toda a sua longitude, ate' se perder no horizonte, perdendo tambem de vista a quantidade enorme de arvores floridas e canteiros coloridos que ladeiam a lingua de alcatrao salpicada de taxis amarelos. Tambem as pessoas parecem ter adquirido nova vida, enchendo os passeios para passearem os filhos, os caes, a familia, para correrem, patinarem, pedalarem... ha exercicio fisico por tudo quanto e' lado. Acabei de vir do Central Park, onde estive a pedalar cerca de duas horas na minha nova bicicleta, adquirida no fim de semana passado. Tambem o parque me pareceu novo e renovado, sendo dificil encontrar semelhancas com o cenario que ainda tinha presente na minha mente, este o de Inverno, com arvores nuas e tons cinzentos. Escusado sera de dizer que a concentracao de desportistas era enorme, vendo-se movimento em qualquer uma das direccoes. Digamos que o Central Park e' a catedral do desporto: corpos por todo lado, movimento, musica, jogos, celulites palpitantes, musculos pulsantes, gotas de suor, sorrisos nos labios, caes que correm atras de uma bola ou de um disco ou que acompanham o dono enquanto este corre ou pedala, carinhos de bebes, uns empurrados a passo outros em verdadeira corrida, baseball, musicos, pic-nics, mantas no chao e namorados deitados a apanhar sol, corridas de carros telecomandados... ha de tudo! A figura mais caricata foi sem duvida uma senhora dentro dos seus 60 anos, muito magra e seca que pedalava numa bicicleta ja' antiga. As calcas justas e fluorescentemente coloridas deixavam adivinhar as pernas magras e pouco musculadas. A maquilhagem espampanante, a combinar com varios com colares e pulseiras dentro do mesmo estilo ja' chamavam por si so' a atencao mas o centro eram mesmo os sapatos. Ai ia ela toda lampeira a pedalar com uns sapatos lilazes de salto alto (mesmo muito alto!!). Pareciam os sapatos da Mary Poppins, para quem viu o filme.
Claramente, toda a gente 'e movida a energia solar e toda esta azafama que se ve reflecte o mesmo espectaculo que as arvores, plantas e flores transpiram na explosao fotossintetica que iniciaram desde que o Sol comecou a brilhar e as temperaturas a subir. Ate' os esquilos parecem ter uma "fatiota" nova. Se no Inverno andavam todos "deslambidos", com cores palidas e peladas heterogeneas, agora estao todos felpudinhos e fofinhos... so apetece aperta-los de tao engracados que sao. Engracados e descarados: o habito de conviver com as pessoas e' tanto que se aproximam sem quaisquer receios, chegando ate' a seguir-nos se os chamarmos.
Sinceramente, com esquilos nao me importo. No metro tambem ja' reparei que os tipicos ratos (que em Londres eram pequeninos mas que aqui sao verdadeiros coelhos) estao bastante 'a vontade. Se ja' era normal ve-los nos carris, tambem ja' me aconteceu estar na plataforma e ver um deles curiosamente a olhar para mim e a aproximar-se. O pior e' que nem so' estes animais sao sensiveis 'a festa Primaveril... Os meus maiores receios ja' se comecaram a verificar e, quem me conhece, sabe o quao horrivel para mim e' comecar a ver baratas em tudo quanto e' lado. Pois e'! Yacchh, estas "coisas" comecaram a sair das catacumbas onde normalmente andam para comecarem a povoar os passeios. Ainda nao vi muitas mas, ja me disseram para me preparar... nem quero pensar nisso! Acho que nao vou precisar de usar esfoliante durante o Verao pois as irritacoes que estes bichos me causam poem-me com coceira cosntante! Eis o NY style de Primavera: em vez de andorinhas temos baratas!
Yach... disgusting!!! :P
Wednesday, April 14, 2004
A pedido de varias familias... Update!
Pois e’! Mais uma vez a preguica imperou e deixou um pouco ao abandono o Blog, bem como as minhas obrigacoes para com os meus leitores (ate’ parece que sou uma escritora consagrada, heheh!). Como de esperar (e felizmente), as queixas ja’ se fizeram sentir e eis-me de volta para tentar, de alguma forma, justificar-me e redimir-me.
Confesso que a vontade de escrever nao tem sido muita. Se o tempo cinzento e chuvoso por si so’ ja’ exercem uma certa dose de desanimo, o facto de recentemente ter recebido noticias pouco animadoras de Portugal tambem tiveram o seu peso. Felizmente agora ja’ esta’ tudo bem e as coisas comecam-se a (re)compor…
Os tempos em que estive ausente (do Blog) foram emocionalmente muito intensos… para o bom e para o mal. Se por um lado rejubilei com os poucos momentos que consegui passar com o Joao no aeroporto no fim de Marco, logo de seguida veio a tristeza da despedida e de nos vermos agora separados por um oceano, ate’… Os momentos de felicidade foram breves, nao so’ na acepcao fisica, porque estivemos juntos apenas por 2 horas, como na memoria desse mesmo encontro. No dia seguinte, quaisquer boas recordacoes foram imediatamente ensombradas pela noticia do despedimento tanto do meu pai como da minha mae. Se o facto de se perder o emprego aos 50 anos ja’ e’ razao suficiente para preocupacao e revolta, mais dificil e’ de aceita’-lo ‘a distancia e, acima de tudo, sabendo que, para me protegerem, os meus pais passaram pelos piores tormentos durante os ultimos 2 meses, sem nunca mo deixarem transparecer ou de me apoiarem nas minhas (comparativamente insignificantes) dificuldades. Reconheco-lhes o direito que tem como pais de protegerem os seus da melhor forma e fiquei extremamente sensibiliada por isso. Agradeco-lhes. Por outro lado, nao deixei de sentir que me foi recusado o direito legitimo de filha de, nos momentos dificeis, poder estar com eles e apoia-los… um dilema sem duvida.
Apresentadas as devidas justificacoes (que, espero, sejam aceites) continuo agora para uma breve descricao do que tem sido os ultimos tempos.
A juntar ‘a festa de mas noticias houve ainda um pequeno desentendimento com a Sema que, apos reflexao, se desculpou e justificou devidamente pelo que, foi algo temporario. Fico contente por poder dizer que as mas noticias terminam por aqui. A minha vida social tem melhorado significativamente. O motor desta mudanca e’ essencialmente o Rui, amigo que me tem ajudado muito. Temos ido ao cinema com alguma regularidade e, de vez em quando, la’ me convida para um jantar com amigos dele onde tenho oportunidade de conhecer gente nova. Abro um pequeno parentesis para dizer que, cinematograficamente, tenho a registar o recente visionamento de um filme Paquistanes num festival, entitulado “Silent Waters” e de um filme coreano, LINDO DE MORRER, chamado “Spring, Summer, Fall, Winter… and Spring Again”. Completamente zen e capaz de nos fazer sentir como se tivessemos saido de uma aula de Yoga ou de uma sessao de massagens. 5 estrelas! Em DVD vi tambem os filmes “Shower” e “The others”, mais antigos mas tambem bons.
Vontando aos eventos sociais. A semana passada juntei-me ao Rui para irmos ate’ um restaurante Mexicano em Upper West Side, onde nos encontramos com um cientista e uma editora. Gente muito simpatica com quem jantamos num restaurante muito agradavel, onde um saxofonista e contrabaixista tocavam ao vivo. Sei que nao combina com o estilo Mexicano mas a concepcao de Mexicano era um pouco hibrida pelo que ate’ nao ficava mal. A conversa foi interessante e o empregado que nos serviu muito gay e divertido. Tive tambem oportunidade de conhecer uma parte da cidade onde ainda nao tinha estado. Hoje vou jantar com o Rui a um Japones [como ja’ conheco a mente Portuguesa (nao fosse eu ter uma) esclareco desde ja’ que o Joao esta’ ao corrente de todos estes jantares bem como o Rui sabe da existencia do Joao, hehehe. Nada de complicacoes! ] Confesso que nao posso ir comer fora muitas vezs pois de uma maneira geral, e particularmente em Manhattan, sai muito caro. De qualquer das formas, de vez em quando sabe bem. Curiosamente, as duas semanas que passaram foram frutiferas em idas a restaurantes: fui a um vegetariano com a Sema e a outro vegetariano com pessoal do lab e uma candidata a PhD. Nao sou vegetariana mas gosto imenso da comida, pelo que foram sem duvida boas refeicoes.
Outro aspecto social da minha vida tem sido o Squash. E’ motivo para me reunir a um grupo de pessoas aqui do instituto e passarmos uma horita a suar e a libertar energias. Sem duvida, surpreendemente bom para aliviar do stress diario. Amanha acho que vai haver outra sessao… bom para o espirito e para o corpo (especialmente para o rabiosque, que fica sempre a “ganir” nos dias seguintes!).
Ontem fui com um grupo maioritariamente de Portugueses (excepcoes, 1 Indiano, 1 Americana e 1 Francesa) ao concerto dos AIR. Foi fenomenal! Mesmo muito bom e, nao fosse eu a Ines Baptista, no fim, com um sorrisinho aqui e um sorrisinho ali, la’ consegui um autografo dos dois musicos. Mais um a juntar aos varios que ja’ tenho, hihihi!
Hoje de manha tive reuniao com o chefe, ritual que se repete semanalmente e onde mostro o progresso que tenho feito e discuto artigos relevantes para o meu projecto. Por ora tem corrido muito bem: o Boss parece satisfeito com o que tenho andado a fazer e eu tambem gusto imenso de falar com ele. Aprendo sempre e tenho sempre a sensacao de que as coisas estao de facto a avancar. Tenho a sorte de poder dizer que curto mesmo o meu chefe. Ate’ agora nao tenho quaisquer razoes de queixa… vejam la’ que ate’ mandou um mail a perguntar ao lab “Quem quer ir a uma meeting em Maddison? Informem-me quanto antes para eu comprar os bilhetes de aviao!!”. Nada mau, ah! La’ vou eu “’a paleta” a uma meeting onde estao os “Pros” todos do campo Zebrafish e ainda ter oportunidade de rever amigos e conhecer uma nova cidade.
Por ora e’ tudo… espero que sirva para saciar um pouco a falta de leitura. Depois ha’ mais…
Confesso que a vontade de escrever nao tem sido muita. Se o tempo cinzento e chuvoso por si so’ ja’ exercem uma certa dose de desanimo, o facto de recentemente ter recebido noticias pouco animadoras de Portugal tambem tiveram o seu peso. Felizmente agora ja’ esta’ tudo bem e as coisas comecam-se a (re)compor…
Os tempos em que estive ausente (do Blog) foram emocionalmente muito intensos… para o bom e para o mal. Se por um lado rejubilei com os poucos momentos que consegui passar com o Joao no aeroporto no fim de Marco, logo de seguida veio a tristeza da despedida e de nos vermos agora separados por um oceano, ate’… Os momentos de felicidade foram breves, nao so’ na acepcao fisica, porque estivemos juntos apenas por 2 horas, como na memoria desse mesmo encontro. No dia seguinte, quaisquer boas recordacoes foram imediatamente ensombradas pela noticia do despedimento tanto do meu pai como da minha mae. Se o facto de se perder o emprego aos 50 anos ja’ e’ razao suficiente para preocupacao e revolta, mais dificil e’ de aceita’-lo ‘a distancia e, acima de tudo, sabendo que, para me protegerem, os meus pais passaram pelos piores tormentos durante os ultimos 2 meses, sem nunca mo deixarem transparecer ou de me apoiarem nas minhas (comparativamente insignificantes) dificuldades. Reconheco-lhes o direito que tem como pais de protegerem os seus da melhor forma e fiquei extremamente sensibiliada por isso. Agradeco-lhes. Por outro lado, nao deixei de sentir que me foi recusado o direito legitimo de filha de, nos momentos dificeis, poder estar com eles e apoia-los… um dilema sem duvida.
Apresentadas as devidas justificacoes (que, espero, sejam aceites) continuo agora para uma breve descricao do que tem sido os ultimos tempos.
A juntar ‘a festa de mas noticias houve ainda um pequeno desentendimento com a Sema que, apos reflexao, se desculpou e justificou devidamente pelo que, foi algo temporario. Fico contente por poder dizer que as mas noticias terminam por aqui. A minha vida social tem melhorado significativamente. O motor desta mudanca e’ essencialmente o Rui, amigo que me tem ajudado muito. Temos ido ao cinema com alguma regularidade e, de vez em quando, la’ me convida para um jantar com amigos dele onde tenho oportunidade de conhecer gente nova. Abro um pequeno parentesis para dizer que, cinematograficamente, tenho a registar o recente visionamento de um filme Paquistanes num festival, entitulado “Silent Waters” e de um filme coreano, LINDO DE MORRER, chamado “Spring, Summer, Fall, Winter… and Spring Again”. Completamente zen e capaz de nos fazer sentir como se tivessemos saido de uma aula de Yoga ou de uma sessao de massagens. 5 estrelas! Em DVD vi tambem os filmes “Shower” e “The others”, mais antigos mas tambem bons.
Vontando aos eventos sociais. A semana passada juntei-me ao Rui para irmos ate’ um restaurante Mexicano em Upper West Side, onde nos encontramos com um cientista e uma editora. Gente muito simpatica com quem jantamos num restaurante muito agradavel, onde um saxofonista e contrabaixista tocavam ao vivo. Sei que nao combina com o estilo Mexicano mas a concepcao de Mexicano era um pouco hibrida pelo que ate’ nao ficava mal. A conversa foi interessante e o empregado que nos serviu muito gay e divertido. Tive tambem oportunidade de conhecer uma parte da cidade onde ainda nao tinha estado. Hoje vou jantar com o Rui a um Japones [como ja’ conheco a mente Portuguesa (nao fosse eu ter uma) esclareco desde ja’ que o Joao esta’ ao corrente de todos estes jantares bem como o Rui sabe da existencia do Joao, hehehe. Nada de complicacoes! ] Confesso que nao posso ir comer fora muitas vezs pois de uma maneira geral, e particularmente em Manhattan, sai muito caro. De qualquer das formas, de vez em quando sabe bem. Curiosamente, as duas semanas que passaram foram frutiferas em idas a restaurantes: fui a um vegetariano com a Sema e a outro vegetariano com pessoal do lab e uma candidata a PhD. Nao sou vegetariana mas gosto imenso da comida, pelo que foram sem duvida boas refeicoes.
Outro aspecto social da minha vida tem sido o Squash. E’ motivo para me reunir a um grupo de pessoas aqui do instituto e passarmos uma horita a suar e a libertar energias. Sem duvida, surpreendemente bom para aliviar do stress diario. Amanha acho que vai haver outra sessao… bom para o espirito e para o corpo (especialmente para o rabiosque, que fica sempre a “ganir” nos dias seguintes!).
Ontem fui com um grupo maioritariamente de Portugueses (excepcoes, 1 Indiano, 1 Americana e 1 Francesa) ao concerto dos AIR. Foi fenomenal! Mesmo muito bom e, nao fosse eu a Ines Baptista, no fim, com um sorrisinho aqui e um sorrisinho ali, la’ consegui um autografo dos dois musicos. Mais um a juntar aos varios que ja’ tenho, hihihi!
Hoje de manha tive reuniao com o chefe, ritual que se repete semanalmente e onde mostro o progresso que tenho feito e discuto artigos relevantes para o meu projecto. Por ora tem corrido muito bem: o Boss parece satisfeito com o que tenho andado a fazer e eu tambem gusto imenso de falar com ele. Aprendo sempre e tenho sempre a sensacao de que as coisas estao de facto a avancar. Tenho a sorte de poder dizer que curto mesmo o meu chefe. Ate’ agora nao tenho quaisquer razoes de queixa… vejam la’ que ate’ mandou um mail a perguntar ao lab “Quem quer ir a uma meeting em Maddison? Informem-me quanto antes para eu comprar os bilhetes de aviao!!”. Nada mau, ah! La’ vou eu “’a paleta” a uma meeting onde estao os “Pros” todos do campo Zebrafish e ainda ter oportunidade de rever amigos e conhecer uma nova cidade.
Por ora e’ tudo… espero que sirva para saciar um pouco a falta de leitura. Depois ha’ mais…