Friday, April 30, 2004

 

So' em NY!

Nos ultimos dias dias presenciei duas situacoes que so' mesmo em NY poderiam passar tao indiferentes, uma vez que ninguem tem tempo para nada, excepto andar a correr e ocupada. "Os problems dos outros nao sao os meus" e' o mote!
Extraordinariamente, sai do Instituto pelas traseiras, pois o colega com quem ia tinha la' deixado a bicicleta. Para nosso espanto, vimos o acesso 'a area vedado e fomos informados de que continuaria assim ate' novas informacoes do corpo de bombeiros e policia.
"Mas a minha bicicleta esta' ai'!!!", "Bem, temos um suicida no predio em frente e neste momento as operacoes de persuasao estao a decorrer!". Nem um pestanejar de olhos do meu amigo alemao. "Mas a minha bicileta esta' ai'!!". Provavelmente, 'a forca de ja' ca' morar ha mais de uma ano, ja' entrou no "esquema". Eu tambem nao reagi muito mas achei a situacao completamente nova. Se fosse em Portugal era razao para alarido e confusao para o resto do dia. La' falamos com os guardas e recuperamos a bicicleta. Se o suicida saltou ou nao... quem sabe! Ninguem tem tempo para ficar a assistir aos problemas dos outros.
A segunda situacao ocorreu ontem, quando eu e a Ines, amiga Uruguaia, regressavamos estafadas de uma sessao de squash. Dentro do autocarro da NYU aguardavamos que alguns minutos passassem ate' que a marcha se iniciasse dentro do horario previsto. Entretanto, enquanto conversavamos, vejo pela janela que um autocarro sai por tras do nosso mas que, claramente, nao faz o angulo necessario para se conseguir colocar paralelamente. Assim, em camara lenta antecipei o raspar da traseira deste ultimo no nosso. Foi dito e foi feito. "Bong!!!"
O autocarro abanou e ouviu-se uma batida seca. Outra vez, em Portugal teria comecado toda a gente aos berros e a levantar-se dos lugares para ver o que se passou. Aqui... qual que?! Cada um ficou como cada qual. Ninguem se mexeu, olhando so' para o sucedido e esperando que os responsaveis tratassem da situacao. Eu e a Ines, de tao extenuadas que estavamos, tambem nao nos importamos muito. O caricato da situacao foi que, para a resolver, o autocarro que nos bateu tentou fazer marcha atras e o nosso motorista, qual Nova Iorquino, tambem nao levantou o cu do assento (que e' mesmo esta a expressao). Ai', eu e a Ines desatamos numa risota total, de tao ridicula que era a cena: o nosso autocarro abanava cada vez que o outro se tentava movimentar, infrutiferamente, e o nosso motorista, em vez de andar um pouco para a frente, que era o que bastava, tambem nao fazia nada.
Vao-me perdoar o que vou dizer a seguir. Nao e' racismo meu mas pura e simplesmente reaccao em funcao dos esteoripos que me habituei a ouvir: as louras sao burras e os pretos sao estupidos. Claro esta', o nosso motorista era preto. Olhei de relance... "Tinha que ser preto!!" Expliquei 'a Ines o que tal queria dizer ao que ela me respondeu que no Uruguai o equivalente eram os Espanhois. Assim, num exercicio de logica pura (ironia) concluimos que o nosso motorista era um preto Espanhol! Risota de novo... e entretanto la' se resolveu o choque! So' em NY!

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