Tuesday, February 10, 2004
Lá fiz o desvio necessário para ir ao ginásio mas, quando lá cheguei, o gabinete onde supostamente tinha que obter o dito formulário e que, repito, me confirmaram estar aberto ao Sábado, estava fechado. Há coisas que não acontecem só em Portugal. O que é certo é que o facto de lá ter ido pela segunda vez consecutiva em dois fins de semana me fez pensar que, uma vez terminada a romaria ao IKEA, estava já a iniciar a próxima peregrinação... ao ginásio :)
Segui-se uma hora de caminhada, que me deu para ver mais um pouco da cidade, e cheguei a Poth Authority, onde já se formava uma fila para os autocarros que partem gratuitamente para o IKEA. O moço que estava atrás de mim interpelou-me com um delicioso sotaque British para saber quanto tempo demoraria a viagem. A conversa desenrolou-se e ele acabou por me perguntar de onde é que eu era, ao que respondi "I'm Portuguese". Não hajam dúvidas que o mundo é verdadeiramente pequeno pois o rapaz, Roger já agora, acabadinho de chegar de Londres há uma semana, onde cresceu, é filho de Madeirenses. É claro que se estabeleceu logo aquela afinidade patriótica de se encontrar em terras estrangeiras um nosso conterrâneo e fomos a conversar o caminho todo: eu em Português e ele em Inglês, pois embora perceba bem a língua não consegue articulá-la muito bem. A situação era curiosa pois agora, uma semana depois de eu ter ido ao IKEA com a Nathalia e ela me ter ajudado e dado indicações, era eu que estava nesse papel... a ajudar outra pessoa.
Combinámos encontrarmo-nos no fim das compras para regressarmos juntos. Sempre nos poderíamos auxiliar para trazer o que quer que comprássemos... e ainda bem que assim foi caso contrário, não sei como teria conseguido desenrascar-me com tanto peso. Ele foi uma ajuda preciosa e, como se esperaria de um Londrino, um verdadeiro gentleman. A viagem de regresso foi um pequena aventura, mas divertida.
Após termos posto tudo no autocarro, aproveitámos a viagem para descansar e renovar forças para quando chegássemos e tivessemos que carregar as caixas novamente. Para termos a certeza que nos manteríamos em contacto (afinal de contas éramos a primeira pessoa que o outro conhecia nesta cidade imensa... ainda por cima Portugueses) trocámos emails no autocarro e, qual não é o meu espanto quando vejo que no email dele constava a partícula "natureny". Sim, tinha pura e simplesmente acabado de conhecer o Director de Marketing da revista Nature em NY, santo graal para qualquer cientista. Porque a conversa se desenrolou em torno do que cada um fazia, a palavra "laboratório" veio diversas vezes à baila, o que despertou o ouvido da moça sentada ao meu lado. Com um sotaque brasileiro/espanhol, acabou por falar connosco. Ela, também no ramo da ciência (oncologia), era brasileira, vinda de 14 anos em Buenos Aires e, ao reconhecer a língua, não resistiu em confirmar se era realmente Português... mais uma vez, it is a VERY small world.
Chegados a Manhattan a aventura que se seguiu foi a de transportar as nossas tralhas para fora da gare e metê-la dentro de um Táxi. No carrinho estavam as duas caixas que compunham o móvel que, por serem tão pesadas, faziam com que o transporte fosse complicado. Embora conseguisse movê-lo, não o conseguia fazer em linha recta... assim, ia às curvas, mais parecendo uma barata tonta, e, por várias vezes, quase batendo na parede ou saindo do passeio. No mínimo, hilariante! O resto das coisas vinham dentro de sacos plásticos que, devido ao peso, começaram a romper-se na asas, tornando-se um verdadeiro empecilho para transportar. Literalmente, "uma verdadeira mala sem alça", expressão Brasileira que aqui tão bem se aplica. Coitado do Roger... com grande esforço lá conseguiu trazer os sacos até à esquina onde chamámos o Táxi, maioritariamente cheios com a minha tralha (porque tudo vem em embalagens planas, ainda comprei uma mesa de cabeceira, um cesto para a roupa, um banco e algumas caixas, julgando que se transportaria bem. NOTA: a Inês estava completamente louca quando pensou nesta possibilidade!). As caixas eram tão grandes que não permitiam que a mala do carro fechasse pelo que, num passe inspirado no Macguyver, adaptámos os elásticos do suporte que eu levava para manter a mala relativamente fechada. Está visto que o trazer coisas do IKEA envolve sempre malabarismos automobilísticos, como se passou com o colchão.
Após chegarmos a minha casa, o Roger ainda fez questão de me ajudar a levar tudo para cima mas, não tive coragem de aceitar. Coitado, já tinha sido "burro de carga" suficiente... ainda para mais, não posso tratar assim o Director de Marketing da Nature, hehe. Insisti em pagar parte da viagem que ele ainda teria que fazer, uma vez que por minha causa se desviou completamente da sua rota, mas ele declinou. Assim, fiquei de saldar a minha dívida com um jantar, de preferência Português, em chez-moi. Durante a nossa conversa apercebemo-nos que a nossa gastronomia é mesmo deliciosa e que já estamos ambos cheios de saudades dela. Assim, juntamos o útil ao agradável.
Passei o resto de Sábado a montar tudo o que comprei, o que já conferiu ao quarto um certo conforto... mas só mesmo ao quarto porque, no fim, tinha dado um jeito às costas, cortado um dedo, prensado o dedo do pé com uma tábua e atrancado um pedaço de pele também do pé. Não tentem fazer isto em casa!! :) Nesse mesmo dia também chegou a peça que faltava para montar a secretária mas, confesso, já não tive a energia ou a coragem para o fazer.
Ficou para Domingo, dia em que comecei por ir até ao Lincoln Center para me informar sobre uns concertos. Fui de metro e regressei mais uma vez a pé, desta vez explorando a 6ª Avenida. É cheia de prédios enormes e super chiques, que incluem na sua maioria hotéis de luxo. No Hilton, o lobby mais parecia um carrocel pois os hóspedes aguardavam em linha para entrar nos táxis que desfilavam uns atrás dos outros em frente à entrada... ainda dizem que não há dinheiro!! Passei também pelo estúdios de Rádio da NBC, pelo Rockefeller Center onde tem um ringue de patinagem que, julguei eu, seria aquele que aparece sempre nos filmes, geralmente natalícios, com uma árvore de Natal enorme... mas acho que não era. Era tão pequeno! Até perguntei ao senhor que estava ao meu lado se era realmente o ringue que eu pensava mas, tal como toda a gente ali, era um turista e não me soube responder.
Nesse dia, embora o céu estivesse mais azul que nunca e o Sol brilhasse fortemente, estava um frio verdadeiramente gélido. Para meu azar tinha perdido o meu gorro dois dias antes (mais um dos items de Inverno que se foi juntar aos muitos que se encontram espalhados pelo chão da cidade, essencialmente luvas). Descobri que as orelhas também podem atingir pontos de congelação elevados, mas a sensação não é tão interessante quando a do lábio inferior, por isso, assim que encontrei um vendedor ambulante, comprei 2 gorros por 10€. Fiquei com mais espaço na carteira mas bem mais quentinha!
Passei por uma loja tipo TRIBO para comprar mais algumas coisas que precisava e, já a caminho de casa, ainda passei pelo supermercado para comprar ingredientes para fazer Baba de Camelo. Na 2ª feira (ontem) houve uma festa em casa de um dos membros cá do lab e eu fiquei encarregue de levar esse doce.
Chegada a casa, não tive mãos a medir. Porque já tinha a varinha mágica, comecei por pôr uma sopa a fazer. Entretanto, fiz a Baba de Camelo e depois comecei a montar a secretária. Quando todos os vegetais para a sopa já estavam cozidos fui buscar a caixa da dita varinha mágica, tal como me foi entregue. Qual não é o meu espanto quando só metade do aparelho é que está lá. Eis-me no meio da cozinha, com meia varinha mágica na mão e cara de parva a olhar para um panelão cheio de pedaços de batata, cebola e tomate, sem saber o que fazer e a pensar "Algumas coisas só me contecem a mim!!". Mas isto foi só nos primeiros segundo... pois o MAcguyver entrou de novo em acção. Vai de deixar cozer as coisas por mais tempo, para ficarem bem molinhas, e tentar desfazê-las com a batedeira para os bolos. A ideia até sortiu algum efeito mas teve também as suas desvantagens... digamos que tanto eu como a cozinha adquirimos uma coloração diferente, hehe.
Alternando com a montagem da secretária, fiz também frango estufado com ervilhas (para adiantar as refeições da semana). A Sema não pára de dizer o quão admirada está com a minha organização. Tenho que dizer que até me tenho surpreendido a mim mesma... vamos ver se é sol de pouca dura ou não. Bem, voltando à secretária, após ter autoinflingido mais algumas escoriações, eis-me no passo final, que é o de pôr a gaveta no sítio, aparafusá-la ao eixo sobre o qual desliza e fechá-la. Se soa fácil em teoria o mesmo não se pode dizer da prática. A porcaria dos parafusos que vinham no KIT batem num determinado local, não deixando que a gaveta se feche por completo. Decidi então retirá-los, pois não são assim tão importantes. Mais uma vez, algumas coisas só me acontecem a mim. Um dos parafusos teimava em não sair. Mas, ainda está para nascer o parafuso mais persistente do que eu... depois de uma hora de batalha, o desgraçado rendeu-se e a secretária estava, finalmente, montada.
Cheguei ao fim do do dia completamente "partida" mas renovei energias ao falar com o João ao telefone. Já há mais de uma semana que não o fazia e soube bem. Mais uma vez, graças à Sema e ao facto de ser tão prestável. Emprestou-me o telefone dela por mais de 2 horas, isto depois de me ter facultado também o telemóvel para eu conseguir estabelecer a ligação, pois o cartão telefónico que adquiri não estava a funcionar... outra daquelas coisas que raramente acontecem mas que tinham que me acontecer a mim.
Ontem foi outro de dia de extrema organização: pela manhã, fui até ao ginásio onde, finalmente me consegui inscrever (afinal a possibilidade de romaria não passou disso mesmo). Por ser estudante, paguei $75, que permitem utilização de todo o complexo desportivo, quando vezes quiser por semana, até dia 31 de Agosto. O espaço é novinho em folha e tem uma piscina de 50 metros, com zona para saltos/pranchas, um pavilhão de basketball, várias salas com máquinas, outras tantas com aparelhos de cardio-fitness, sala para alongamentos, sala para aeróbica, sala para spinning... é enorme e mesmo muito bom. Põe a um canto os ginásios da Holmes Place em Portugal, considerados de topo. Depois fui até à 7ª Avenida para trocar um aparelho de telefone que não se adaptava ao sistema instalado em casa e pelo caminho comprei um rádio despertador. Voltei a casa para pôr todas estas coisas, peguei na sobremesa e lá fui eu para o Instituto. Tratei de reclamar acerca do cartão telefónico (assunto que foi imediatamente tratado) e também de renovar a compra do computador. Porque o limite de crédito diário do meu cartão foi ultrapassado com esta compra, a transação bancária não se pode processar e o pedido ficou cancelado. Assim, mais uma vez, a Nathalia ajudou-me facultando-me os dados do cartão de crédito dela e o pedido seguiu hoje. Logo, espero que no fim desta semana ou início da próxima o meu querido e tão desejado PowerBook G4 já cá esteja. Curiosamente, porque o valor era muito inferior, foi pedido do mouse foi avante, item que chegou hoje. Portanto, tenho o mouse e o espaço para o computador.
À noite foi a tal festa, razão pela qual interrompi a minha escrita. Eu e mais 3 pessoas cá do lab caminhámos até à rua 63, o que nos levou cerca de 40 minutos. Soube mesmo bem. A noite estava agradabilíisma (comparando, claro, com o frio que se tem feito sentir) e deu para ver a paisagem nocturna. Chegados ao nosso destino esperava-nos uma festa bastante familiar, com muita comida e bebida, boa música e um ambiente de confraternização muito bom. Senti um pouco como estar na Alemanha de novo, uma vez que 4 das pessoas nesta festa eram meus colegas lá. Deu para falar muito, recordar "velhos tempos" e planear actividades futuras. Gostei mesmo muito. Já sentia falta deste tipo de calor humano.
A festa acabou cedo pelo que, por volta da meia-noite, apanhamos um taxi para regressar. Embora estivesse cansada, ainda me pus a instalar o rádio e o telefone (carregar as baterias), acabando por me deitar já bastante tarde, mas valeu a pena. Soube bem acordar com música e ver que está tudo a postos para que a linha telefónica seja instalada amanhã.
Hoje chegaram também os papéis para o seguro de saúde. Como tudo funciona online, já aquiri um dos seguros e já estou no sistema. Mais uma coisa tratada e com a qual não tenho que me preocupar.
Uff, fartei-me de escrever! Estou contudo, com a sensação de missão cumprida pois todas as coisas essenciais estão tratadas ou em vias de o ser, não descurei no trabalho aqui no lab e, consegui pôr-vos a par de tudo! :)
Segui-se uma hora de caminhada, que me deu para ver mais um pouco da cidade, e cheguei a Poth Authority, onde já se formava uma fila para os autocarros que partem gratuitamente para o IKEA. O moço que estava atrás de mim interpelou-me com um delicioso sotaque British para saber quanto tempo demoraria a viagem. A conversa desenrolou-se e ele acabou por me perguntar de onde é que eu era, ao que respondi "I'm Portuguese". Não hajam dúvidas que o mundo é verdadeiramente pequeno pois o rapaz, Roger já agora, acabadinho de chegar de Londres há uma semana, onde cresceu, é filho de Madeirenses. É claro que se estabeleceu logo aquela afinidade patriótica de se encontrar em terras estrangeiras um nosso conterrâneo e fomos a conversar o caminho todo: eu em Português e ele em Inglês, pois embora perceba bem a língua não consegue articulá-la muito bem. A situação era curiosa pois agora, uma semana depois de eu ter ido ao IKEA com a Nathalia e ela me ter ajudado e dado indicações, era eu que estava nesse papel... a ajudar outra pessoa.
Combinámos encontrarmo-nos no fim das compras para regressarmos juntos. Sempre nos poderíamos auxiliar para trazer o que quer que comprássemos... e ainda bem que assim foi caso contrário, não sei como teria conseguido desenrascar-me com tanto peso. Ele foi uma ajuda preciosa e, como se esperaria de um Londrino, um verdadeiro gentleman. A viagem de regresso foi um pequena aventura, mas divertida.
Após termos posto tudo no autocarro, aproveitámos a viagem para descansar e renovar forças para quando chegássemos e tivessemos que carregar as caixas novamente. Para termos a certeza que nos manteríamos em contacto (afinal de contas éramos a primeira pessoa que o outro conhecia nesta cidade imensa... ainda por cima Portugueses) trocámos emails no autocarro e, qual não é o meu espanto quando vejo que no email dele constava a partícula "natureny". Sim, tinha pura e simplesmente acabado de conhecer o Director de Marketing da revista Nature em NY, santo graal para qualquer cientista. Porque a conversa se desenrolou em torno do que cada um fazia, a palavra "laboratório" veio diversas vezes à baila, o que despertou o ouvido da moça sentada ao meu lado. Com um sotaque brasileiro/espanhol, acabou por falar connosco. Ela, também no ramo da ciência (oncologia), era brasileira, vinda de 14 anos em Buenos Aires e, ao reconhecer a língua, não resistiu em confirmar se era realmente Português... mais uma vez, it is a VERY small world.
Chegados a Manhattan a aventura que se seguiu foi a de transportar as nossas tralhas para fora da gare e metê-la dentro de um Táxi. No carrinho estavam as duas caixas que compunham o móvel que, por serem tão pesadas, faziam com que o transporte fosse complicado. Embora conseguisse movê-lo, não o conseguia fazer em linha recta... assim, ia às curvas, mais parecendo uma barata tonta, e, por várias vezes, quase batendo na parede ou saindo do passeio. No mínimo, hilariante! O resto das coisas vinham dentro de sacos plásticos que, devido ao peso, começaram a romper-se na asas, tornando-se um verdadeiro empecilho para transportar. Literalmente, "uma verdadeira mala sem alça", expressão Brasileira que aqui tão bem se aplica. Coitado do Roger... com grande esforço lá conseguiu trazer os sacos até à esquina onde chamámos o Táxi, maioritariamente cheios com a minha tralha (porque tudo vem em embalagens planas, ainda comprei uma mesa de cabeceira, um cesto para a roupa, um banco e algumas caixas, julgando que se transportaria bem. NOTA: a Inês estava completamente louca quando pensou nesta possibilidade!). As caixas eram tão grandes que não permitiam que a mala do carro fechasse pelo que, num passe inspirado no Macguyver, adaptámos os elásticos do suporte que eu levava para manter a mala relativamente fechada. Está visto que o trazer coisas do IKEA envolve sempre malabarismos automobilísticos, como se passou com o colchão.
Após chegarmos a minha casa, o Roger ainda fez questão de me ajudar a levar tudo para cima mas, não tive coragem de aceitar. Coitado, já tinha sido "burro de carga" suficiente... ainda para mais, não posso tratar assim o Director de Marketing da Nature, hehe. Insisti em pagar parte da viagem que ele ainda teria que fazer, uma vez que por minha causa se desviou completamente da sua rota, mas ele declinou. Assim, fiquei de saldar a minha dívida com um jantar, de preferência Português, em chez-moi. Durante a nossa conversa apercebemo-nos que a nossa gastronomia é mesmo deliciosa e que já estamos ambos cheios de saudades dela. Assim, juntamos o útil ao agradável.
Passei o resto de Sábado a montar tudo o que comprei, o que já conferiu ao quarto um certo conforto... mas só mesmo ao quarto porque, no fim, tinha dado um jeito às costas, cortado um dedo, prensado o dedo do pé com uma tábua e atrancado um pedaço de pele também do pé. Não tentem fazer isto em casa!! :) Nesse mesmo dia também chegou a peça que faltava para montar a secretária mas, confesso, já não tive a energia ou a coragem para o fazer.
Ficou para Domingo, dia em que comecei por ir até ao Lincoln Center para me informar sobre uns concertos. Fui de metro e regressei mais uma vez a pé, desta vez explorando a 6ª Avenida. É cheia de prédios enormes e super chiques, que incluem na sua maioria hotéis de luxo. No Hilton, o lobby mais parecia um carrocel pois os hóspedes aguardavam em linha para entrar nos táxis que desfilavam uns atrás dos outros em frente à entrada... ainda dizem que não há dinheiro!! Passei também pelo estúdios de Rádio da NBC, pelo Rockefeller Center onde tem um ringue de patinagem que, julguei eu, seria aquele que aparece sempre nos filmes, geralmente natalícios, com uma árvore de Natal enorme... mas acho que não era. Era tão pequeno! Até perguntei ao senhor que estava ao meu lado se era realmente o ringue que eu pensava mas, tal como toda a gente ali, era um turista e não me soube responder.
Nesse dia, embora o céu estivesse mais azul que nunca e o Sol brilhasse fortemente, estava um frio verdadeiramente gélido. Para meu azar tinha perdido o meu gorro dois dias antes (mais um dos items de Inverno que se foi juntar aos muitos que se encontram espalhados pelo chão da cidade, essencialmente luvas). Descobri que as orelhas também podem atingir pontos de congelação elevados, mas a sensação não é tão interessante quando a do lábio inferior, por isso, assim que encontrei um vendedor ambulante, comprei 2 gorros por 10€. Fiquei com mais espaço na carteira mas bem mais quentinha!
Passei por uma loja tipo TRIBO para comprar mais algumas coisas que precisava e, já a caminho de casa, ainda passei pelo supermercado para comprar ingredientes para fazer Baba de Camelo. Na 2ª feira (ontem) houve uma festa em casa de um dos membros cá do lab e eu fiquei encarregue de levar esse doce.
Chegada a casa, não tive mãos a medir. Porque já tinha a varinha mágica, comecei por pôr uma sopa a fazer. Entretanto, fiz a Baba de Camelo e depois comecei a montar a secretária. Quando todos os vegetais para a sopa já estavam cozidos fui buscar a caixa da dita varinha mágica, tal como me foi entregue. Qual não é o meu espanto quando só metade do aparelho é que está lá. Eis-me no meio da cozinha, com meia varinha mágica na mão e cara de parva a olhar para um panelão cheio de pedaços de batata, cebola e tomate, sem saber o que fazer e a pensar "Algumas coisas só me contecem a mim!!". Mas isto foi só nos primeiros segundo... pois o MAcguyver entrou de novo em acção. Vai de deixar cozer as coisas por mais tempo, para ficarem bem molinhas, e tentar desfazê-las com a batedeira para os bolos. A ideia até sortiu algum efeito mas teve também as suas desvantagens... digamos que tanto eu como a cozinha adquirimos uma coloração diferente, hehe.
Alternando com a montagem da secretária, fiz também frango estufado com ervilhas (para adiantar as refeições da semana). A Sema não pára de dizer o quão admirada está com a minha organização. Tenho que dizer que até me tenho surpreendido a mim mesma... vamos ver se é sol de pouca dura ou não. Bem, voltando à secretária, após ter autoinflingido mais algumas escoriações, eis-me no passo final, que é o de pôr a gaveta no sítio, aparafusá-la ao eixo sobre o qual desliza e fechá-la. Se soa fácil em teoria o mesmo não se pode dizer da prática. A porcaria dos parafusos que vinham no KIT batem num determinado local, não deixando que a gaveta se feche por completo. Decidi então retirá-los, pois não são assim tão importantes. Mais uma vez, algumas coisas só me acontecem a mim. Um dos parafusos teimava em não sair. Mas, ainda está para nascer o parafuso mais persistente do que eu... depois de uma hora de batalha, o desgraçado rendeu-se e a secretária estava, finalmente, montada.
Cheguei ao fim do do dia completamente "partida" mas renovei energias ao falar com o João ao telefone. Já há mais de uma semana que não o fazia e soube bem. Mais uma vez, graças à Sema e ao facto de ser tão prestável. Emprestou-me o telefone dela por mais de 2 horas, isto depois de me ter facultado também o telemóvel para eu conseguir estabelecer a ligação, pois o cartão telefónico que adquiri não estava a funcionar... outra daquelas coisas que raramente acontecem mas que tinham que me acontecer a mim.
Ontem foi outro de dia de extrema organização: pela manhã, fui até ao ginásio onde, finalmente me consegui inscrever (afinal a possibilidade de romaria não passou disso mesmo). Por ser estudante, paguei $75, que permitem utilização de todo o complexo desportivo, quando vezes quiser por semana, até dia 31 de Agosto. O espaço é novinho em folha e tem uma piscina de 50 metros, com zona para saltos/pranchas, um pavilhão de basketball, várias salas com máquinas, outras tantas com aparelhos de cardio-fitness, sala para alongamentos, sala para aeróbica, sala para spinning... é enorme e mesmo muito bom. Põe a um canto os ginásios da Holmes Place em Portugal, considerados de topo. Depois fui até à 7ª Avenida para trocar um aparelho de telefone que não se adaptava ao sistema instalado em casa e pelo caminho comprei um rádio despertador. Voltei a casa para pôr todas estas coisas, peguei na sobremesa e lá fui eu para o Instituto. Tratei de reclamar acerca do cartão telefónico (assunto que foi imediatamente tratado) e também de renovar a compra do computador. Porque o limite de crédito diário do meu cartão foi ultrapassado com esta compra, a transação bancária não se pode processar e o pedido ficou cancelado. Assim, mais uma vez, a Nathalia ajudou-me facultando-me os dados do cartão de crédito dela e o pedido seguiu hoje. Logo, espero que no fim desta semana ou início da próxima o meu querido e tão desejado PowerBook G4 já cá esteja. Curiosamente, porque o valor era muito inferior, foi pedido do mouse foi avante, item que chegou hoje. Portanto, tenho o mouse e o espaço para o computador.
À noite foi a tal festa, razão pela qual interrompi a minha escrita. Eu e mais 3 pessoas cá do lab caminhámos até à rua 63, o que nos levou cerca de 40 minutos. Soube mesmo bem. A noite estava agradabilíisma (comparando, claro, com o frio que se tem feito sentir) e deu para ver a paisagem nocturna. Chegados ao nosso destino esperava-nos uma festa bastante familiar, com muita comida e bebida, boa música e um ambiente de confraternização muito bom. Senti um pouco como estar na Alemanha de novo, uma vez que 4 das pessoas nesta festa eram meus colegas lá. Deu para falar muito, recordar "velhos tempos" e planear actividades futuras. Gostei mesmo muito. Já sentia falta deste tipo de calor humano.
A festa acabou cedo pelo que, por volta da meia-noite, apanhamos um taxi para regressar. Embora estivesse cansada, ainda me pus a instalar o rádio e o telefone (carregar as baterias), acabando por me deitar já bastante tarde, mas valeu a pena. Soube bem acordar com música e ver que está tudo a postos para que a linha telefónica seja instalada amanhã.
Hoje chegaram também os papéis para o seguro de saúde. Como tudo funciona online, já aquiri um dos seguros e já estou no sistema. Mais uma coisa tratada e com a qual não tenho que me preocupar.
Uff, fartei-me de escrever! Estou contudo, com a sensação de missão cumprida pois todas as coisas essenciais estão tratadas ou em vias de o ser, não descurei no trabalho aqui no lab e, consegui pôr-vos a par de tudo! :)