Thursday, February 05, 2004

 
De repente parece que tudo começou a andar para a frente mais rápido... embora ontem as coisas não parecessem indicar nessa direcção. Isto porque passei o dia a repetir 3 vezes a mesma experiência (cada uma de duração mínima de 4 horas) que teimava em dar um resultado negativo. Por mais que olhasse para o protocolo não conseguia perceber onde estava o erro, até que decici começar mesmo pelo iniciozinho, como se não soubesse nada. Vai daí, descobri que o DNA que estava a usar não era o correcto. O erro adveio de uma série de coincidências infelizes, nomeadamente o facto de querer o tubo 401 e, no lugar deste, estar o tubo 407. Acontece que o algarismo numero 7 estava escrito sem o tracinho no meio característico o que, a juntar à sua localização na caixa, me fez crer que era o desejado 401. Após descoberto este erro, apresentou-se então a questão: "Onde está o 401?". Como já era tarde (note-se que fiquei mais de 12 horas no lab) não pude perguntar a ninguém se tinha o tubo na sua posse. Assim, a contenda ficou adiada para hoje de manhã. Embora tenha perdido muito tempo com este engano, fiquei contente por saber que não se devia a alguma estupidez minha. Não desanimei e até reparei numa coisa engraçada: pela primeira vez, desde que comecei a escrever este diário, não senti a necessidade de o fazer, tal como tinha sentido até aqui. Pura e simplesmente não me apeteceu, o que acho ser um sinal positivo. Até aqui o diário tinha funcionado como "o ombro amigo", no qual desabafava e encontrava algum conforto. Agora, por saber que em casa tenho alguém com quem falar (a Sema revela-se cada vez mais uma excelente pessoa) e por as coisas estarem a estabilizar, já não estou tão dependente desses minutos de escrita.
Mas, porque hoje tenho boas notícias a partilhar, eis-me aqui a escrever com toda a vontade. De manhã consegui resolver o problema do DNA pelo que, antes do almoço, já tinha o resultado desejado. Segui-se o curso de formação em radioactividade a que todos os funcionários da NYU são sujeitos quando começam a trabalhar na Instituição, o que correu bem e foi até divertido. O "professor" era bastante bem disposto, não descurando na mensagem a transmitir. Assim, aprendemos sem se tornar uma coisa maçuda, sendo que as probabilidades de isso acontecer serem bastante elevadas. Já todos nós recebemos igual formação nos laboratórios em que estivemos anteriormente. De regresso ao laboratório comprei, finalmente, o meu próximo "companheiro de luta" e estou-me a referir, para quem não sabe, a um computador portátil. Em princípio chega dentro de uma semana... estou ansiosa! Não foi barato mas, como TEM que ser bom, acho que foi um investimento que se revelará justificável a longo prazo. No tempos mais próximos servirá essencialmente para me manter conectada com a minha família, amigos e, claro está , namorado bem como para poder escutar os meus queridos CDs em casa. A longo prazo será a testemunha dos meus momentos de ansiedade e nervosismo quando tiver que fazer apresentações e, espero, testemunha também de momentos de sucesso e concretização.
Tratei também de definir qual o plano telefónico que quero ter em casa pelo que, amanhã, já vou ligar à companhia telefónica e tratar disso. Talvez para a semana já esteja contactável em casa por esse meio. Já a antecipar a instalação do telefone, adquiri online um cartão com um tarifário bastante satisfatório cuja confirmação de compra e código recebi hoje.
A minha vida social também parece ter levado um "pontapé" porque passou de inexistente para algo que contempla uma festa de aniversário na 2ª feira e um jantar este Sábado. Na 2ª feira vai ser o aniversário de um amigo cá do laboratório, que eu conheci quando estive na Alemanha, e cuja namorada está a preparar uma festa surpresa. Fiquei encarregue de levar Baba de Camelo para o pessoal (vamos lá a ver se encontro leite condensado cá por estas bandas. Na Alemanha revelou-se sempre uma dificuldade). Há pouco apareceu por aqui o Rui, rapaz Português que trabalha aqui no Instituto, a perguntar se queria combinar alguma coisa para Sábado. Assim, vamo-nos juntar ao Victor (outro Português a trabalhar aqui) e a outros portugueses que se encontram na universidade de Rockefeller para jantar algures. Vai ser bom concerteza.
Para este fim de semana estou a planear fazer uma série de compras para a casa, essencialmente utensílios de cozinha que me fazem falta. Ontem, por acaso, comentei isso com uma das pessoas cá do lab e ele disse-me prontamente que escusava de gastar dinheiro a comprar uma varinha-mágica. Ele tem uma a mais e pode-ma "dar". Que porreiro, assim já vou passar a fazer sopinha, daquela mesmo boa, tal como aprendi com a minha Mãe :)
Como vêm, parece que hoje foi um dia de "boa-maré". Por ser uma maré sei que terá que mudar mas... aguardemos esse dias sem pressa e, gozemos entretanto as coisas positivas!

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